Veja o que pode acontecer com o Santos após confusão na Vila Belmiro

A eliminação do Santos para o Corinthians na Copa do Brasil gerou uma enorme confusão na Vila Belmiro na noite desta quarta-feira. 

Foto: Guilherme Dionízio/Código 19/Estadão Conteúdo

O Peixe até venceu por 1 a 0, mas não foi o suficiente para reverter a vantagem de 4 a 0 construída pelo Timão no jogo de ida das oitavas de final.

O tumulto começou aos 39 minutos segundo tempo, quando torcedores do Alvinegro Praiano acenderam sinalizadores na arquibancada localizada atrás do gol defendido por Cássio. Dessa forma, o árbitro Jean Pierre Goncalves Lima (RS) paralisou o clássico. Instantes depois, os santistas passaram a atirar os artefatos em direção ao gramado e bombas foram explodidas.

Assustados, os jogadores do Corinthians correram para o banco de reservas e só retornaram após o clima acalmar. A bola, então, voltou a rolar, porém a confusão não chegou ao fim.

Após o apito final do árbitro, alguns torcedores invadiram o campo e partiram para cima dos atletas do Timão. O goleiro Cássio chegou a ser agredido duas vezes.

Na súmula, Jean Pierre Goncalves Lima registrou todos os ocorridos e informou que foram sete invasores. Todos foram encaminhados para o Jecrim (Juizado Especial Criminal).

POSSÍVEIS CONSEQUÊNCIAS

Devido aos fatos, o Santos pode ser severamente punido pelo STJD. Em contato com a Gazeta Esportiva, o procurador geral do órgão, Ronaldo Botelho Piacente, indicou os caminhos que o julgamento, ainda sem data marcada para ocorrer, pode tomar.

Conforme registrado no Artigo 213, I e II do CBJD, o Peixe deve receber uma multa que pode variar de R$ 100,00 a R$ 100.000,00. Além disso, devido à gravidade, poderá haver punição por perda de mando de campo, de uma a dez partidas.

Nos casos de violência e distúrbios graves, os compromissos correspondentes à pena de perda de mando de campo poderão ser realizadas, por determinação do STJD, no mesmo estádio em que o clube manda seus jogos, com portões fechados. Ou seja, não será permitida a presença de torcedores, a venda de ingressos e a expedição de convites.

POSICIONAMENTO DOS CLUBES

Por meio de uma nota oficial, o Santos repudiou os fatos ocorridos e lamentou que a Vila Belmiro tenha sido "palco para que vândalos travestidos de torcedores agissem como marginais".

O clube ainda revelou o nome dos invasores (Leonardo Valeriano de Souza, Lucas da Silva Ramos, Cristopher Barbosa Barcelos, Matheus da Silva Pereira e Gabriel Andrade dos Santos) e afirmou que todos foram detidos e identificados pela Polícia Militar.

Por fim, a diretoria prometeu punir os infratores. "Dos cinco, o Santos já identificou que Gabriel Andrade dos Santos pertence ao quadro de sócios do Clube e iniciará o processo de expulsão. Eventuais danos financeiros que o Clube venha a sofrer, em razão dessa ocorrência, serão cobrados judicialmente dos infratores", escreveu o Peixe.

O Corinthians, por sua vez, considerou "inaceitável a violência sofrida por nossos atletas e comissão técnica" e disse que cobrará "as medidas e punições cabíveis para que cenas como estas não se repitam".

JOGADORES TAMBÉM LAMENTAM

Principal alvo da torcida do Santos, o goleiro Cássio disse que esse tipo de acontecimento não pode mais ser aceito no âmbito esportivo e que não se deve generalizar atos cometidos por alguns torcedores em toda a torcida do Santos.

Willian, meia do Corinthians, também se manifestou após a barbárie. O jogador pediu para que os responsáveis sejam punidos e que as “autoridades façam a sua parte”.

Do outro lado, João Paulo criticou a postura dos santistas. O capitão alvinegro alertou que não compactua com nenhum tipo de violência e que quem sai prejudicado é o Santos.

Já Marcos Leonardo explicou a sua atitude de tentar proteger o goleiro Cássio durante a confusão. "Não preciso nem falar da pessoa dele, é um fenômeno que defende o Corinthians. Tentei defendê-lo. Não quero para ele o que não quero para mim. Meus pais me ensinaram a sempre defender o próximo”, disse.

*Com informações da Gazeta Esportiva.

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